Sala de Jogos

- Eu não estou amuada. - disse revirando os olhos. -Não quero os teus consolos para nada, segura-te. Tentei empurra-lo mas ele tinha mais força e não se mexeu.

A minha vontade era dar-lhe logo um estalo. Quem é que ele pensava que eu era? Não era uma daquelas amiguinhas dele oferecidas. Sim porque eu já tinha ouvido umas histórias nos anos anteriores. Limitei-me a afastar-me dele, no entanto não deixei de lhe dizer o que pensava. -Mas que confianças são essas? É assim, eu estou farta de gajos como tu, portanto achantra e mais uma brincadeira dessas ficas a ver estrelas!

Ele estava-me a irritar tanto mas tanto.... Só me apetecia mandar-lhe com uma bola de bilhar à cabeça. - Explica-me que piada é que esse teu feitiozinho de gozão tem? É que eu sinceramente não vejo piada nenhuma.

- Eu não sou resmungona, apenas digo sempre o que penso, quem não gosta tem uma boa opção. - disse, cruzando os braços.

Aquele comentário tinha-me magoado. Quem era ele para dizer que ninguém me aturava? - O que é que tu sabes de mim? Não me conheces, não podes dizer isso. - disse um pouco abalada com aquela situação.

- Não te preocupes, no que depender de mim não conheces nem vez mais. - disse começando a arrumar as minhas coisas.

Atirei a mala com brusquidão para o chão. - Desculpa lá, vem um gajo qualquer dizer-me que não há quem me ature, é suposto eu fazer o quê? Dar pulos de alegria? - disse soltando gargalhadas irónicas. - Esse comentário saiu-te muito mal.

Tirei-lhe a mala das mãos e sentei-me no sofá. - A caixa de maquilhagem não parto mas se for preciso parto-te a cara. Respirei fundo tentando acalmar-me. - Desculpa também. Por ter sido bruta.

Levantei-me e aproximei-me dele, cruzando os braços. - Estas a desafiar-me?

Olhei-o tentando manter-me séria mas rapidamente me ri. - Assim que tiver um pretexto faço-o.

Fui até à minha mala e tirei de lá o meu frasco de perfume, borrifando-o na direcção dele. - Desculpa, mas estavas a precisar.

- Cheiravas a cigarro! Fiz-te um favor, agora cheiras bem. - disse guardando o perfume. - Ui estou cheia de medo! O que é que vais fazer? Despejar-me um cinzeiro em cima?

- Os cigarros cheiram mal, é esse um dos males que têm. E eu cheiro bem, portanto não te queixes. - disse com um sorriso vitorioso. Assim que ele pegou em mim desatei a espernear. - Põe-me no chão! Já! - gritei batendo com os punhos nas costas dele, porém ele levou-me dali não sei pra onde.

Encerrado